Chinês confessa contrabando de armas à Coreia do Norte com operação milionária nos EUA
Shenghua Wen operava esquema financiado por US$ 2 milhões com instruções diretas de autoridades norte-coreanas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que o cidadão chinês Shenghua Wen, de 42 anos, confessou ter contrabandeado armas, munições e tecnologias militares sensíveis para a Coreia do Norte. Wen foi acusado de conspiração para violar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) e de atuar como agente estrangeiro não registrado.
Wen entrou legalmente nos EUA em 2012, mas permaneceu ilegalmente no país após o vencimento de seu visto em 2013. Ele foi preso em dezembro de 2024, na Califórnia. Antes de emigrar, o acusado teria se encontrado com representantes da Coreia do Norte na embaixada do país em Pequim, recebendo ordens para adquirir armas e equipamentos sensíveis em nome do regime.
Contêineres com armas foram enviados via Long Beach
Segundo a investigação, em 2023, Wen enviou pelo menos três contêineres de armas a partir do Porto de Long Beach, na Califórnia, com destino inicial à China. Um dos carregamentos chegou à Coreia do Norte, via Hong Kong, em janeiro de 2025. Para ocultar o conteúdo, Wen utilizou documentação fraudulenta, incluindo a declaração de que um dos contêineres transportava um simples refrigerador.
Negócio de fachada no Texas financiado por norte-coreanos
Com recursos provenientes de intermediários ligados à Coreia do Norte, Wen comprou um negócio de armas em Houston, Texas, e ou a transportar armamentos para a Califórnia. Entre os itens adquiridos estavam:
- 60 mil munições de 9mm;
- Dispositivo de identificação de ameaças químicas;
- Receptor de banda larga para detecção de comunicações não autorizadas;
- Tentativas de compra de sistemas de imagem térmica e motor de aeronave civil.
As autoridades estimam que cerca de US$ 2 milhões foram transferidos pela Coreia do Norte para financiar a operação.
Confissão e julgamento em agosto
Wen itiu estar ciente da ilegalidade de suas ações e reconheceu não possuir licenças para exportar os equipamentos e armamentos. Ele também reconheceu que seguia ordens do governo norte-coreano sem notificar o procurador-geral dos EUA, conforme determina a legislação.
O chinês será sentenciado em 18 de agosto e poderá receber até 20 anos de prisão por violar a IEEPA e outros 10 anos por atuar como agente estrangeiro não registrado.