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Bolsonaro em ato na Paulista: “Fiz um juramento e cumpro; querem me matar, e não vou fugir”

Ex-presidente se diz alvo de perseguição política e promete continuar defendendo o Brasil “com o sacrifício da própria vida”

Durante o ato pró-anistia realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso contundente, no qual afirmou que não pretende fugir do país, mesmo diante das acusações e pressões judiciais. Segundo ele, o que seus opositores desejam “não é prender, é matar”.

“Se acham que eu vou desistir, que eu vou fugir, estão enganados. Eu fiz um juramento e eu cumpro: defender minha pátria com o sacrifício da própria vida. O que os canalhas querem não é prender de verdade, eles querem me matar, porque eu sou um espinho na garganta deles”, declarou Bolsonaro, sob aplausos.

A manifestação reuniu milhares de apoiadores e contou com forte presença de lideranças da oposição no Congresso, além de governadores aliados.

Discurso desafia acusações e reforça papel de “resistência”

A fala ocorre poucos dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negar um pedido de prisão preventiva contra Bolsonaro, que se tornou réu em ação sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Mesmo com a negativa, o ex-presidente disse estar convencido de que sua vida está em risco por representar um obstáculo à esquerda no poder.

Além das críticas ao Judiciário, Bolsonaro voltou a atacar o presidente Luiz Inácio  da Silva (PT) e a classificar como “injustas” as penas aplicadas aos condenados pelos protestos de 8 de janeiro de 2023.

Oposição reforça apoio e cita casos emblemáticos

O ato foi marcado por símbolos e discursos em defesa dos presos do 8 de janeiro, com destaque para o caso de Débora Rodrigues, cabeleireira que escreveu a frase “Perdeu, mané” com batom na estátua da Justiça, em frente ao STF. Ela ou dois anos presa preventivamente e atualmente cumpre prisão domiciliar.

A pena sugerida pelo ministro Alexandre de Moraes no processo contra Débora é de 14 anos de prisão mais multa, o que tem sido usado por parlamentares da oposição como exemplo de desproporcionalidade nas condenações.

“Altas penas são para criminosos, não para manifestantes”, foi uma das frases mais repetidas ao longo da manifestação.

Presenças políticas de peso no palanque

Além de Bolsonaro, participaram do ato:

  • Deputado Luciano Zucco (PL-RS)
  • Senador Rogério Marinho (PL-RN)
  • Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara
  • Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)
  • Governador Wilson Lima (União-AM)

A presença de lideranças políticas reforçou o tom institucional da manifestação, que também buscou pressionar o Congresso pela tramitação do projeto de anistia aos réus do 8 de janeiro.

O batom como símbolo de protesto

Imagens e cartazes com batons infláveis e ilustrações de Débora foram amplamente utilizados no evento, transformando o objeto em símbolo da luta contra o que os organizadores chamam de “exageros do STF”.

A manifestação na Paulista faz parte de um movimento mais amplo de mobilização conservadora, que busca reverter prisões e punições aplicadas aos participantes dos protestos de 2023, além de reforçar o capital político de Bolsonaro para 2026.

 

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