
O Partido Liberal (PL) avalia lançar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, como candidata nas eleições de 2026. Débora ganhou projeção nacional após pichar a frase “perdeu, mané” com batom na estátua “A Justiça”, localizada em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), durante os atos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Débora foi presa após o episódio e, em 28 de março de 2025, teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Interesse do PL na filiação
Segundo informações divulgadas pelo g1, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), demonstrou interesse em filiar Débora à legenda, que é liderada nacionalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — responsável por introduzir Débora ao cenário político.
Mesmo sob medidas cautelares e ainda aguardando julgamento pela 1ª Turma do STF, o nome de Débora vem sendo considerado por setores do partido como possível ativo eleitoral, especialmente junto ao eleitorado conservador que vê nos réus do 8 de janeiro vítimas de perseguição judicial.
Processo em andamento e suspensão do julgamento
Débora responde no STF a acusações que, somadas, podem levar a uma pena de até 14 anos de prisão. Entre os crimes imputados estão:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
- Associação criminosa armada
O processo, no entanto, está suspenso, após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que tem até 90 dias para devolver o caso à 1ª Turma do STF.
Até o momento, o relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de Débora a 14 anos, com 12 anos e seis meses em regime fechado. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto.
Carta e justificativas da ré
Em uma carta divulgada recentemente, Débora afirmou que sua participação nos atos foi movida pela crença de que se tratava de uma “manifestação pacífica”. Ela também destacou os impactos da prisão na sua família e relatou ao STF:
“Sou mãe de duas crianças pequenas que têm sofrido com minha ausência.”
A menção aos filhos foi determinante para a conversão da prisão em regime domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, restrições de contato com outros réus, proibição de uso de redes sociais, concessão de entrevistas e limitação de visitas, conforme decisão de Moraes.