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Brasil já está cheio de problemas, mas governo estuda comprar briga com Israel

Governo Lula estuda sanções contra Israel, especialmente no campo militar, diz Celso Amorim.

Ações podem afetar relações militares; assessor presidencial afirma que medidas foram discutidas com Lula e Mauro Vieira

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está analisando a adoção de medidas contra Israel, segundo informou o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim. As ações, se confirmadas, devem afetar principalmente as relações militares entre os dois países.

Amorim declarou ao jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira (10), que já discutiu o tema com o presidente Lula e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A afirmação foi feita após uma reunião com cerca de 20 parlamentares de esquerda sobre a guerra em curso na Faixa de Gaza.

Comunicação oficial ainda não foi feita pelo Itamaraty

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) foi questionada sobre as declarações, mas ainda não respondeu oficialmente.

Em nota ao Estadão, Amorim esclareceu que o anúncio de eventuais medidas cabe ao chanceler Mauro Vieira, embora não tenha informado qualquer data para uma possível divulgação.

“O Brasil tem um compromisso inabalável com a solução diplomática dos conflitos, baseado no direito internacional e no respeito às resoluções da ONU. […] Acho que os adicionais podem ser tomados. Hoje mesmo isso foi conversado com o presidente da República, por mim, pelo ministro Mauro [Vieira]. Não me cabe anunciar, cabe a ele anunciar as medidas no momento em que isso vier a acontecer”, disse Amorim.

Ruptura total com Israel está descartada

Embora as medidas estejam em estudo, Amorim descartou um rompimento completo das relações diplomáticas com Israel, considerando a presença de brasileiros vivendo na região.

As ações em análise, segundo ele, seriam restritas a relações militares e de cooperação técnica, sem impactar diretamente os canais diplomáticos e consulares.

Histórico de atritos entre Lula e Israel

A tensão entre o governo brasileiro e Israel aumentou significativamente desde o início do conflito na Faixa de Gaza. O presidente Lula tem acusado Israel de “genocídio” e chegou a comparar as ações do governo israelense às do regime nazista de Adolf Hitler.

Em fevereiro de 2024, após essas declarações feitas durante uma entrevista coletiva na Etiópia, o governo de Israel declarou Lula persona non grata.

Além disso, no início da guerra, Lula foi criticado por não condenar os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando 1.300 civis israelenses foram mortos. O presidente brasileiro chegou a sugerir uma mediação com o Hamas, o que causou forte reação internacional.

Amorim, que foi chanceler nos dois primeiros mandatos de Lula e ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, tem atuado como principal articulador internacional da atual gestão.

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